A título de introdução.
As estórias aqui contadas não seguem, necessariamente, uma ordem cronológica. As vezes, fatos acontecidos em duas viagens ou em dois momentos distintos, se misturam ao longo de uma narrativa.
Por mais que tentasse organizar viagem a viagem, tal tarefa tornou-se impossível, graças a proximidade de um fato do outro ou pelo simples fato de esquecer se tal coisa aconteceu na ida, ou na volta de uma viagem qualquer.
Por outro lado o palavreado um tanto tosco ou até mesmo bizarro, surge em decorrência do momento vivido ou na tentativa de se onomatopeizar a expressão, as vezes de espanto, de desespero ou de admiração.
Palavras como negro, negão, crioulo, negada etc, não carregam e não trazem em si qualquer sentido ou sentimento de racismo, discriminação ou qualquer coisa que o valha. São palavras utilizadas meramente para situar o leitor no momento da estória. O politicamente correto para “negro”, quando se refere a pessoa, seria “homem de cor”. Ai eu me pergunto.: O homem branco, no mesmo contexto, seria por acaso “homem sem cor”.?
Da mesma forma, quando se toca na questão dos muçulmanos, não há também qualquer discriminação religiosa, até porque a leitura mais profunda do alcorão nos traz uma mensagem de paz e harmonia entre os homens.
Aos amigos e pessoas que conheci ao longo dessa epopéia africana, e que não foram aqui citados, peço perdão pelo esquecimento. O código binário Tico e Teco as vezes falha.
Deixo aqui a minha admiração pelo povo africano, que mesmo tendo fornecido escravos para o novo mundo ao longo de três séculos, sejam como reféns de guerra ou simplesmente capturados no mato, manteve intacta sua cultura, sendo hoje o principal elo de ligação entre os povos do ocidente e os povos de toda África.
Deixo também meu testemunho sobre o enorme potencial artístico, cultural, econômico e social do continente africano. A África não é apenas uma “reserva de mercado”. A África é um mercado. Em todos os sentidos.!
Por último deixo aqui minha percepção sobre a ajuda internacional ao continente africano.
Essa ajuda, da forma como é feita, em nada ajuda. Ao contrario, apenas fomenta guerras, cobiça e corrupção. Gerou fortunas pessoais incalculáveis (tanto na África quanto nos paises provedores) e deixou como saldo milhões de mortos, feridos e mutilados e, de resto, o estigma de um continente em guerra eterna.
A África não precisa de ajuda para fazer guerra. Precisa, sim, de ajuda para se inserir no mundo dos negócios internacionais, participando de igual para igual com outras economias do mesmo nível, no mundo globalizado.
Não importa se vão chegar em ultimo lugar. O que os paises africanos querem e desejam é participar da corrida.
domingo, 24 de janeiro de 2010
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